Thursday, February 4, 2010

Cartesianismos

René Descartes foi um filósofo, matemático e físico francês lá pelos idos do século XVII. O cara é conhecido como um dos principais nomes da famosa Revolução Científica, além de ser considerado o pai da Matemática Moderna e fundador da Filosofia Moderna. Eu não entendo, nunca entendi e acho que nunca vou entender o que a fusão da álgebra com a geometria quer dizer, nem do que se trata a tal da Geometria Analítica, sem contar o Sistema de Coordenadas criado por ele. Deu para perceber em que ele foi importante, né?
O cara também criou seu próprio método, que ficou conhecido como Ceticismo Metodológico. Isso quer dizer, em palavras muitos simples, que ele é baseado em duvidar das próprias dúvidas. Só existe aquilo que eu posso provar e eu existo porque penso... O ato de duvidar é indubitável! O método aí, basicamente, é posto em prática da seguinte forma: VERIFICAR se há existência real sobre o que se estuda, ANALISAR, que é entendido como DIVIDIR ao máximo as coisas de acordo com suas características, composição etc, SINTETIZAR, que é entedido como agrupar novamente as unidades divididas anteriormente e ENUMERAR todas as conclusões, a fim de manter uma ORDEM do pensamento.
A herança cartesiana continua no mundo inteiro e aqui na França os acadêmicos são muito orgulhosos desse cartesianismo. Orgulho que chega a momentos ridículos e comparações esdrúxulas. Esse latino-americano que aqui escreve segue um curso de História do seu continente numa Universidade européia e, além de presenciar um curso voltado para europeus que não conhecem nada do que se passou do outro lado do Atlântico, tem que aturar 4 horas de ignorância de um professor. A ignorância passou por momentos em que ele afirmou que não houve resistência indígena na América e chegou ao ponto máximo na última aula dele do semestre. Ao fazer um comentário (à française, bien entendu) do texto do economista brasileiro Celso Furtado, ele arrotou todos esses cartesianismos, orgulhos e repressões. Segundo o senhor lá, intelectuais latinos são, se assim podemos dizer, enrolões. É um pensamento cíclico, sem ORDEM, não SINTETIZADO... É um falar muito para dizer quase nada. Passando pela sessão ridícula, o cara veio falar que não gostava de congressos com latinos pois é um "lenga-lenga". Semana que vem é outro professor para a mesma disciplina e o antigo fechou sua cadeira com uma demonstração de como uma pessoa pode estudar e trabalhar com aquilo que lhe irrita.
Nem vou entrar naquele assunto de "a ciência já evoluiu o bastante para...", só me surpreendeu tamanha falta de conhecimento e exacerbado orgulho de método. Ele só saiu da rigidez do seu pensamento por causa da minha cara de espanto diante daquela baboseira dele. No mínimo ele alegou que eram culturas diferentes... mas, óbvio, a dele é melhor e mais desenvolvida. Bom, e a vida continua para Bruno no meio dos cartesianos...





3 comments:

  1. sun of a bitch!! Pô Brunelson no dia que eu for em Toulouse eu bato nesse cara. E digo que foi você que mandou... =p

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  2. poxa, vc devia ter dado um pitaco sobre a verdadeira atuação dos índios e tal - ia deixar o psor mto puto, mas ia ser bem feito!

    (comentando mega atrasada, é q resolvi olhar seu blog depois de mto tempo me esquecendo disso)

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